
Pesquisadores de Leeds, na Inglaterra, alertaram em março de 2015 para a possibilidade de médicos
subestimarem os riscos a que estão expostos seus pacientes com o uso prolongado
do paracetamol, o mais popular entre os analgésicos.
Doentes crônicos que recorrem ao medicamento - geralmente pessoas
que costumam usá-lo diariamente e em grande quantidade por vários anos - tendem
a aumentar o risco de morrer ou então desenvolver problemas renais, intestinais
e cardíacos, afirmaram os estudiosos.
Liderada por Philip Conaghan, no Instituto de Medicina Reumática e
Músculo-esquelética, a equipe analisou dados a partir de oito estudos já
publicados sobre o uso frequente de paracetamol.
Os dados disponíveis referem-se apenas a pessoas que tiveram o
remédio receitado por um médico e não incluíram quem compra na farmácia por
conta própria.
Um desses oito estudos tinha constatado uma taxa maior de
letalidade, de até 63%, comparando usuários do paracetamol com quem não tinha
sido receitado no período em que o estudo foi realizado.
Outras quatro pesquisas concluíram elevado risco de problemas
cardiovasculares, variando de 19% a 68%. O risco de hemorragia
gastro-intestinal e outros efeitos colaterais no intestino chegou ao máximo de
49%.
Por fim, em três dos trabalhos acadêmicos referenciados houve
acordo quanto à ingestão de paracetamol causar problemas no sistema renal.
Em todos os casos, os riscos se relacionavam com a quantidade de
remédio ingerido - em outras palavras, quanto maior a dose, maior o risco, como
publicado no jornal britânico "Annals of the Rheumatic Diseases".
"Mesmo o risco sendo baixo na maior parte das vezes, os
médicos deveriam ser cautelosos ao receitar a droga", alertaram os
pesquisadores. "Nós acreditamos que o risco real da prescrição do
paracetamol seja maior do que percebido atualmente pela comunidade clínica.
Justifica-se uma revisão sistêmica da eficácia e da tolerância em condições
individuais", acrescentou.
Eles explicaram que a análise não foi conclusiva a respeito do
fato se morte prematura e problemas de saúde seriam causados por uma doença
subjacente mais do que pelo paracetamol.

Risco do uso prolongado do analgésico popular está sendo
subestimado. Revisão analisou dados de oito estudos sobre uso frequente do
remédio.
Pesquisadores de Leeds, na Inglaterra, alertaram em março de 2015 para a possibilidade de médicos
subestimarem os riscos a que estão expostos seus pacientes com o uso prolongado
do paracetamol, o mais popular entre os analgésicos.
Doentes crônicos que recorrem ao medicamento - geralmente pessoas
que costumam usá-lo diariamente e em grande quantidade por vários anos - tendem
a aumentar o risco de morrer ou então desenvolver problemas renais, intestinais
e cardíacos, afirmaram os estudiosos.
Liderada por Philip Conaghan, no Instituto de Medicina Reumática e
Músculo-esquelética, a equipe analisou dados a partir de oito estudos já
publicados sobre o uso frequente de paracetamol.
Os dados disponíveis referem-se apenas a pessoas que tiveram o
remédio receitado por um médico e não incluíram quem compra na farmácia por
conta própria.
Um desses oito estudos tinha constatado uma taxa maior de
letalidade, de até 63%, comparando usuários do paracetamol com quem não tinha
sido receitado no período em que o estudo foi realizado.
Outras quatro pesquisas concluíram elevado risco de problemas
cardiovasculares, variando de 19% a 68%. O risco de hemorragia
gastro-intestinal e outros efeitos colaterais no intestino chegou ao máximo de
49%.
Por fim, em três dos trabalhos acadêmicos referenciados houve
acordo quanto à ingestão de paracetamol causar problemas no sistema renal.
Em todos os casos, os riscos se relacionavam com a quantidade de
remédio ingerido - em outras palavras, quanto maior a dose, maior o risco, como
publicado no jornal britânico "Annals of the Rheumatic Diseases".
"Mesmo o risco sendo baixo na maior parte das vezes, os
médicos deveriam ser cautelosos ao receitar a droga", alertaram os
pesquisadores. "Nós acreditamos que o risco real da prescrição do
paracetamol seja maior do que percebido atualmente pela comunidade clínica.
Justifica-se uma revisão sistêmica da eficácia e da tolerância em condições
individuais", acrescentou.
Eles explicaram que a análise não foi conclusiva a respeito do
fato se morte prematura e problemas de saúde seriam causados por uma doença
subjacente mais do que pelo paracetamol.
Analgésico mais seguro
"O paracetamol ainda é o analgésico mais seguro, e este
estudo não deveria fazer com que as pessoas parem de tomá-lo", disse Nick
Bateman, professor em toxicologia clínica na Universidade de Edimburgo
(Escócia). "De posse desses resultados, é aconselhada a menor dosagem em
um tempo mais curto e necessário", contou ele ao Centro Britânico de Mídia
Científica. "Este é o senso comum para todos os remédios", finalizou.
Outro especialista no tema, o professor Seif Shaheen, na área de
epidemiologia respiratória na Universidade Queen Mary, em Londres, concordou
com Bateman ao afirmar que "a revisão sobre os efeitos do remédio, dadas
as limitações, não fortaleceu a evidência de efeitos prejudiciais causadas pelo
paracetamol".
"Porém", acrescentou, "seria prudente realizar
novas e rigorosas pesquisas sobre possíveis efeitos prejudiciais em torno da
droga, usada com frequência".
Amplamente recomendado como o primeiro passo para acabar com
várias dores, o paracetamol é tido por muitas pessoas como mais seguro do que
aspirina e ibuprofeno.
O novo estudo levou a outras conclusões na pesquisa: na comparação
com outros remédios, o paracetamol pode não ter qualquer vantagem para o
tratamento de osteoartrite, reumatismo e dores agudas na coluna lombar.
À luz disso, "deve-se levar em conta um uso mais
cauteloso", como sustentado no artigo. "Os médicos devem estar
atentos às reações individuais de cada paciente ao paracetamol, observando o
aumento no grau de toxicidade quando a dosagem for maior e por um período
regular".
Adaptado da France Express